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Saúde Mental de Adolescentes

Um Grito Silencioso Que Precisa Ser Ouvido

A adolescência é uma fase intensa. Entre mudanças físicas, emocionais e sociais, muitos jovens se veem mergulhados em um turbilhão de sentimentos difíceis de entender e, muitas vezes, ainda mais difíceis de expressar. Em todo o mundo, 1 em cada 7 adolescentes entre 10 e 19 anos enfrenta algum transtorno mental, sendo a depressão, a ansiedade e os distúrbios comportamentais os mais comuns.

Nos Estados Unidos e especialmente entre filhos de imigrantes brasileiros, esse cenário ganha contornos ainda mais delicados. A adaptação a uma nova cultura, o medo de exclusão, o preconceito e a pressão escolar são fatores que impactam diretamente a saúde mental dos nossos jovens.

Um problema global, mas com rosto conhecido

O problema é silencioso, mas gritante: o suicídio é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. E o mais preocupante é que grande parte desses transtornos não são reconhecidos nem tratados a tempo, comprometendo não só o presente dos adolescentes, mas também sua vida adulta.

Problemas como depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção (TDAH), distúrbios alimentares e até quadros de psicose podem afetar profundamente o desempenho escolar, os relacionamentos e a autoestima de um adolescente.

O que pode afetar a saúde mental dos adolescentes?

A adolescência é uma fase de formação de identidade. Há uma necessidade natural de aceitação, o desejo de pertencimento, e ao mesmo tempo a tentativa de encontrar um lugar no mundo.

Alguns fatores podem intensificar os riscos de um adolescente desenvolver algum tipo de sofrimento psíquico, tais como:

  • Violência física, sexual ou emocional
  • Bullying escolar ou virtual
  • Pais muito rígidos ou emocionalmente ausentes
  • Pobreza e instabilidade financeira
  • Preconceito racial, étnico ou por orientação sexual
  • Alta exposição às redes sociais e padrões irreais de vida

Sintomas que merecem atenção

É comum que os pais e responsáveis confundam sintomas de transtornos mentais com “frescura” ou “drama adolescente”. Mas alguns sinais exigem cuidado especial:

  • Mudanças bruscas de humor
  • Isolamento social
  • Alterações no sono e no apetite
  • Falta de interesse por atividades antes prazerosas
  • Notas baixas ou recusa em ir à escola
  • Agressividade ou impulsividade excessiva
  • Comentários sobre morte ou desejo de desaparecer

Esses sinais podem ser o grito silencioso de um adolescente que está em sofrimento.

Distúrbios mais comuns

  • Ansiedade e depressão: acometem até 5% dos adolescentes e podem levar ao isolamento, insônia, autolesão e até tentativas de suicídio.
  • Transtornos comportamentais: como TDAH ou transtorno de conduta, que afetam a concentração, o comportamento impulsivo e até levam a conflitos com a lei.
  • Distúrbios alimentares: como anorexia e bulimia, geralmente ligados à autoimagem e a padrões estéticos irreais. Eles podem evoluir para quadros graves de saúde física e emocional.
  • Psicoses: ainda que mais raras, podem surgir no fim da adolescência com alucinações, delírios e distanciamento da realidade.

Como prevenir e promover saúde mental?

A boa notícia é que há muito o que pode ser feito e começa dentro de casa:

  • Escuta ativa: converse com seus filhos. Escute sem julgar. Dê espaço para que eles falem sobre medos e inseguranças.
  • Estabeleça vínculos afetivos fortes: o adolescente precisa saber que pode contar com você.
  • Evite comparações e críticas excessivas: elas geram insegurança e bloqueiam o diálogo.
  • Cuide do ambiente familiar: um lar equilibrado, com limites saudáveis, é fator protetor.
  • Monitore o uso das redes sociais: incentive o uso saudável da internet e converse sobre os perigos de se comparar com o que se vê online.
  • Estimule o autocuidado: sono de qualidade, alimentação saudável e prática de exercícios influenciam positivamente a saúde mental.

E quando buscar ajuda profissional?

Quando o sofrimento interfere nas atividades do dia a dia ou persiste por semanas, é fundamental procurar apoio psicológico ou psiquiátrico. Nos EUA, escolas públicas costumam oferecer suporte emocional, e há clínicas comunitárias com atendimento gratuito ou de baixo custo.

Para famílias brasileiras em Massachusetts, existem também psicólogos e terapeutas que falam português, além de iniciativas voltadas para saúde mental de imigrantes. O importante é não ignorar os sinais.Adolescência não é só uma fase. É construção. E todo jovem merece atravessar essa etapa com apoio, acolhimento e a certeza de que não está sozinho.

Sabrina DeSouza

Colunista de Terapia Complementar – Zimny Magazine

@sabrinadesouzareal

Zimny Magazine

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