A campeã do US Open de 2017, Sloane Stephens, acredita que o apoio ao tratamento de fertilidade pode transformar o futuro de milhares de atletas. Perto dos 30 anos, a americana se viu diante de um dilema comum a muitas mulheres no esporte: seguir competindo em alto nível ou abrir espaço para formar uma família. A solução encontrada por ela foi congelar seus óvulos, não uma, mas duas vezes, garantindo liberdade para escolher o momento certo de viver a maternidade sem precisar encerrar a carreira precocemente.
Stephens, que chegou ao top 3 do ranking mundial e soma oito títulos no circuito, tornou-se referência no tema dentro e fora das quadras. Ela conta que, desde que compartilhou sua experiência, muitas colegas a procuram em busca de conselhos e informações sobre o processo. “As conversas ficaram mais abertas, e isso é incrível. Quanto mais falamos, mais mulheres podem tomar decisões informadas”, afirma.

Esse debate ganhou ainda mais força após a WTA, em parceria com o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, lançar uma iniciativa inédita: oferecer bolsas para congelamento de óvulos e embriões, tratamentos de fertilização in vitro e até mesmo proteção de ranking para atletas que passam pelo processo. Para Stephens, isso representa uma virada histórica. “Isso realmente muda a trajetória de como as mulheres no esporte decidem sobre o seu futuro.”

Com uma carreira marcada por altos e baixos — das lesões que quase interromperam sua ascensão ao triunfo histórico no US Open em 2017 contra Madison Keys —, Stephens sempre foi exemplo de resiliência. Agora, aos 32 anos, ela assume também o papel de voz ativa no Conselho de Jogadoras da WTA, defendendo que mães e futuras mães tenham o apoio necessário para continuar competindo em igualdade de condições.
“Se eu soubesse, teria feito isso aos 22 anos, quando meus óvulos estavam perfeitos”, conta. “Agora as jogadoras mais jovens podem pensar nisso cedo, sem culpa e com apoio real.”
Para Stephens, o tênis dá um passo à frente, mas ainda há muito a ser feito. “Todo esporte feminino deve caminhar na mesma direção: apoiar as atletas, seus direitos de ter famílias e suas escolhas. Isso pode mudar toda a nossa realidade em 20 anos.”
