A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos perdeu força em agosto, com a economia gerando apenas 22 mil novos postos de trabalho no mês — número muito abaixo das expectativas de economistas, que projetavam a criação de 76,5 mil vagas. A taxa de desemprego subiu de 4,2% para 4,3%, alcançando o nível mais alto em quase quatro anos, segundo dados divulgados pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).
Mercado de Trabalho em Estagnação
O resultado reflete uma clara estagnação no mercado de trabalho americano, que já vinha apresentando sinais de enfraquecimento nos últimos meses. O relatório de agosto confirmou a tendência e gerou preocupação entre investidores e analistas sobre o ritmo de crescimento da economia dos EUA.
Revisões Negativas em Meses Anteriores
Além do dado fraco de agosto, o BLS revisou os números de meses anteriores. Em junho, foi registrada uma perda líquida de 13 mil empregos, o primeiro saldo negativo desde dezembro de 2020. Já o número de julho foi levemente revisado para cima, passando de 73 mil para 79 mil empregos criados.
Expectativas Frustradas e Alerta do Mercado
As projeções do mercado, conforme levantamento da FactSet, esperavam um aumento de 76,5 mil vagas e uma taxa de desemprego de 4,3%, exatamente como registrado. Apesar da taxa ter sido dentro do previsto, o baixo número de empregos surpreendeu negativamente. Para o economista-chefe da FwdBonds, Christopher Rupkey, “a grande máquina de empregos americana estagnou”.
Impacto no Mercado Financeiro
Após a divulgação dos dados, os futuros de ações apresentaram desempenho misto. O índice Dow Jones recuou 0,13% (60 pontos), enquanto o S&P 500 avançou 0,2% e o Nasdaq 100 subiu 0,6%. Já os rendimentos dos títulos do Tesouro de 2, 10 e 30 anos caíram bruscamente, refletindo o movimento dos investidores em direção a ativos mais seguros e sinalizando expectativas de enfraquecimento econômico.

Demissão Polêmica no BLS
A crescente fragilidade do mercado de trabalho gerou repercussões políticas. Em julho, a comissária do BLS, Erika McEntarfer, foi demitida pelo presidente Donald Trump após revisões negativas e fraco desempenho nos dados de emprego. Trump alegou, sem apresentar provas, que os números estariam sendo “manipulados”.

Indicadores Reforçam Quadro de Enfraquecimento
Outros indicadores divulgados ao longo da semana reforçam o cenário de enfraquecimento do mercado de trabalho. As contratações no setor privado caíram significativamente, enquanto os pedidos iniciais de seguro-desemprego atingiram o nível mais alto em quase três meses.
Menos Vagas e Mais Candidatos
Pela primeira vez em quatro anos, o número de vagas disponíveis é inferior ao número de candidatos. O aumento nos anúncios de demissões e a queda nas oportunidades de contratação indicam um mercado de trabalho com baixa rotatividade — uma situação considerada vulnerável a choques, segundo especialistas.
