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Leão XIV em entrevista: Gaza, Estados Unidos, IA e LGBTQ+

Em sua primeira entrevista ampla desde a eleição, o papa Leão XIV falou com franqueza sobre preocupações com os Estados Unidos, recusou a criação de um “eu artificial”, comentou a crise em Gaza sem usar oficialmente o termo genocídio e reafirmou a acolhida a pessoas LGBTQ+ sem prometer mudanças no ensino da Igreja.

A conversa com a jornalista Elise Ann Allen integra a biografia “Leão XIV: Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI”. É uma entrevista longa e aprofundada em que o papa mistura reflexões pessoais e respostas diretas sobre política internacional, ética tecnológica e prioridades pastorais, oferecendo pistas claras sobre o rumo do seu pontificado.

O que disse sobre os Estados Unidos e Trump

Leão XIV declarou preocupação com “algumas coisas” que estão ocorrendo nos EUA, especialmente em temas ligados à dignidade humana e políticas de imigração.

Ele afirmou que não pretende se envolver em “política partidária” e que caberá aos bispos locais o diálogo com o governo, mas disse estar disposto a levantar questões e, se preciso, conversar diretamente com o presidente.

O papa citou e elogiou a carta do papa anterior aos bispos dos EUA sobre planos de deportação, e ressaltou que ser americano pode ajudá-lo a ser compreendido em debates nacionais.

Inteligência artificial: “Não autorizarei um eu artificial”

Leão XIV disse ter recusado a proposta de criar um avatar papal que responderia em nome dele. “Eu disse: ‘Não vou autorizar isso’”, afirmou.

Ele alertou contra investimentos em IA que desvalorizem o ser humano e defendeu que fé e ciência precisam caminhar juntas para evitar uma ciência “como casca fria e vazia”.

Gaza: palavra usada, mas sem declaração formal de genocídio

O papa reconheceu que a palavra genocídio “tem sido usada cada vez mais” e chamou a situação em Gaza de “muito, muito grave”. Ele disse que a Santa Sé, oficialmente, não tem condições de afirmar formalmente se há genocídio, citando definições técnicas e a necessidade de exames jurídicos e investigativos.

Sobre os abusos clericais

Leão chamou os abusos no clero de “uma crise real” e afirmou que o tema permanece não resolvido. Pediu sensibilidade e compaixão para com as vítimas, mas também ressaltou o direito de defesa de acusados em alguns casos.

Reformas sociais: acolhida sem mudanças doutrinárias

Sobre LGBTQ+: reafirmou a continuidade da política de acolhida iniciada por Francisco – “todos são convidados” – mas disse que mudanças no ensino da Igreja sobre sexualidade são “muito improváveis”. Mostrou preocupação com ritos formais de bênção para parejas do mesmo sexo adotados em alguns lugares.

Sobre o papel feminino: o papa afirmou que a participação de mulheres em cargos de liderança deve continuar a avançar e que pretende seguir promovendo nomeações em vários níveis.

Ordenação de mulheres diaconisas: não planeja mudança imediata, mas defende a continuidade do diálogo e estudos sobre o tema.

Relações internacionais e China

Ele disse manter, no curto prazo, a política de aproximação diplomática com a China e destacou diálogos contínuos sobre questões sensíveis, como o acordo vaticano de 2018 sobre nomeações de bispos.

Contexto Geral

O papa Leão XIV chega ao papado com um perfil marcado por experiência missionária e por ser o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos. A entrevista, parte de uma biografia, reflete um equilíbrio entre continuidade das políticas de Francisco e uma abordagem prudente em áreas controversas.

As posições revelam uma tentativa de conciliar diálogo pastoral com limites institucionais: acolhimento humano sem alteração imediata de doutrinas; diálogo diplomático sem renúncia a preocupações éticas.

Zimny Magazine

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