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Empresários nos EUA enfrentam incertezas com novo aumento de tarifas a partir de 1º de agosto

Pequenos negócios, como os de muitos imigrantes brasileiros, podem ser os mais afetados pela medida

Uma nova leva de tarifas de importação entra em vigor nos Estados Unidos no dia 1º de agosto, e centenas de países – incluindo o Brasil – correm o risco de enfrentar taxas elevadas caso não consigam firmar acordos com o governo norte-americano. Para empresários e comerciantes, especialmente os de pequeno porte, a expectativa é de apreensão e incerteza.

O presidente Donald Trump anunciou que o período de “pausa” nas chamadas tarifas recíprocas está chegando ao fim. Atualmente, produtos importados de muitos países (com exceção da China) pagam uma tarifa de 10%, mas esse percentual pode subir para 36% no caso do Camboja, 40% para Myanmar e até 50% para o Brasil. Por enquanto, apenas sete países firmaram acordos comerciais que evitam as novas tarifas – entre eles, a União Europeia, que aceitou uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos.

Pequenos negócios sem saída

Para os pequenos empresários, que representam 97% das empresas que importam nos EUA, segundo o Departamento de Comércio, a mudança é devastadora. Muitos já enfrentam dificuldades para manter o planejamento, prever preços e garantir o estoque necessário para operar.

Sarah Wells, fundadora da marca Sarah Wells Bags, que produz bolsas para bombas de leite materno, tentou fugir das tarifas transferindo sua produção da China para o Camboja. Mas a ameaça de uma nova tarifa sobre o país asiático a pegou de surpresa. “Estou investindo financeiramente no Camboja, e agora posso pagar mais do que pagava produzindo na China”, desabafa.

Ela já cortou despesas, deixou de receber salário desde maio e agora considera demitir funcionários para sobreviver.

Grandes empresas também sentem o impacto

Mesmo gigantes como Apple, Coca-Cola e General Motors, representadas pela Câmara Americana de Comércio no México, estão preocupadas com a possibilidade de tarifas de 30% sobre as importações mexicanas. Segundo Pedro Casas Alatriste, CEO da Câmara, empresas maiores até conseguem fazer pressão política em Washington, mas os pequenos negócios “estão lutando pela sobrevivência”.

Um estudo da consultoria KPMG revela que cerca de metade das grandes empresas americanas já está reestruturando suas cadeias de suprimento, mas o processo pode levar de 7 a 12 meses. Enquanto isso, investimentos estão sendo adiados e decisões estratégicas seguem em espera.

Incerteza e preços mais altos

Para o consumidor, os impactos também serão sentidos: menos produtos nas prateleiras e preços mais altos. O setor vinícola, por exemplo, enfrenta desafios únicos. A vinícola Wölffer Estate Vineyard, em Nova York, importa vinhos da Alemanha, França e Argentina  e já paga tarifas sobre garrafas, rótulos e barris.

Com o novo acordo com a UE, as tarifas subiram para 15%. “Não é tão ruim quanto os 30% que estavam sendo cogitados, mas ainda dói”, diz Max Rohn, CEO da vinícola. A empresa está correndo para importar 20 mil caixas antes da nova tarifa entrar em vigor.

E os brasileiros?

Para muitos brasileiros empreendedores nos EUA, que já lidam com os desafios da imigração, adaptação cultural e pressão financeira, o aumento das tarifas é mais um golpe difícil de absorver. Negócios que dependem de importação – como lojas de roupas, estética, alimentação e revenda de eletrônicos – podem enfrentar estoques encarecidos, margens menores e até inviabilidade de operação.

“Tudo fica mais difícil quando a gente não sabe o que esperar do dia seguinte”, resume um empresário de origem brasileira que preferiu não se identificar. “A gente já vive numa corda bamba, agora estão chacoalhando a corda.”

Zimny Magazine

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