A 35ª cerimônia do Ig Nobel, realizada na Boston University e transmitida ao vivo, misturou humor, música, mini‑ópera e premiações entregues por laureados do Nobel real; celebrando pesquisas curiosas que arrancam risos e, ao mesmo tempo, convidam à reflexão sobre ciência, método e curiosidade.
O espetáculo: papelzinhos voando, mini‑ópera e premiações em clima festivo
A cerimônia aconteceu ontem, 18 de setembro, organizada pela revista Annals of Improbable Research e transmitida ao vivo. Mantendo a tradição irreverente, a plateia lançou aviõezinhos de papel para homenagear os vencedores e assistir a performances artísticas, incluindo uma mini‑ópera chamada “The Plight of the Gastroenterologist (A Situação Difícil do Gastroenterologista)”.
O tema da noite foi “digestão”, e palestrantes convidados abordaram o tema com humor e ciência. Os prêmios são entregues por laureados do Nobel real, reforçando o tom brincalhão, porém respeitoso, do evento.
Vencedores e pesquisas: desde vacas “listradas” a morcegos embriagados e lagartixas que preferem pizza
Pintar vacas com listras tipo zebra: uma equipe japonesa recebeu o prêmio por mostrar que o padrão reduz picadas de moscas e comportamentos de defesa. Resultado que chamou atenção e também o humor da plateia.
Lagartixas e pizza: pesquisadores testaram preferências alimentares de lagartixas, com resultados curiosos sobre sabores e atração por queijos.
Morcegos embriagados: estudo sobre consumo de álcool por morcegos e efeitos na ecolocalização ganhou o prêmio de aviação.
Teflon e saciedade: experiência com Teflon como alternativa alimentar para aumentar volume sem calorias recebeu o prêmio de química.
Outros prêmios incluíram trabalhos sobre unhas crescidas por décadas (literature), leite materno e alho (pediatrics), estudos sobre narcisismo e elogios (psychology) e diversas investigações que combinam método sério com temas inusitados.
Por que isso importa
O objetivo do Ig Nobel é “fazer rir, e depois fazer pensar”. Muitos experimentos que parecem bobos na superfície carregam insights metodológicos ou abrem caminhos para perguntas maiores. Como observou uma pesquisadora citada na cobertura, “por trás de cada experimento aparentemente absurdo pode haver uma pista para descobertas mais profundas” – e pesquisas movidas por curiosidade já geraram tecnologias e avanços importantes no passado.
Boston como palco e convite ao público para se aproximar da ciência
O evento acontece em Boston, cidade com forte cena acadêmica (universidades, centros de pesquisa e extensão). Para a comunidade local, a cerimônia é uma oportunidade de acesso: além de ser presencial, foi transmitida e documentada online, aproximando o público das formas mais criativas de fazer ciência.
O tom do evento, leve, artístico e crítico, pode inspirar programas educativos, atividades em bibliotecas, escolas e centros culturais, incentivando a curiosidade científica sem arrogância.
O Ig Nobel é um lembrete de que ciência e curiosidade andam de mãos dadas com imaginação e alegria.
Assista a transmissão completa aqui: https://www.youtube.com/watch?v=z1cP4xKd_L4
