Em uma escalada de sua guerra contra a mídia, o presidente Donald Trump move uma ação bilionária por difamação, alegando que o jornal atua como um “porta-voz” do Partido Democrata. O NYT rebate e classifica o processo como uma tentativa de “amordaçar o jornalismo independente”.
O presidente Donald Trump oficializou nesta terça-feira (16) um processo de US$ 15 bilhões contra o jornal The New York Times, acusando o veículo de difamação e calúnia. A ação, protocolada na Flórida, alega que o jornal se engajou em uma campanha sistemática e maliciosa para prejudicar sua imagem, seus negócios e sua carreira política, intensificando o debate sobre os limites entre liberdade de imprensa e responsabilidade da mídia.
“O Maior Contributo Ilegal de Campanha”
Em uma publicação em suas redes sociais, Trump afirmou ser uma “grande honra” processar o que chamou de “um dos piores e mais degenerados jornais da história de nosso país”. Segundo ele, o NYT se tornou um “porta-voz virtual para o Partido Democrata da Esquerda Radical”.
Trump foi enfático em sua declaração: “Eu vejo isso como a maior contribuição ilegal de campanha, de todos os tempos. O ‘Times’ se engajou por décadas em um método de mentir sobre o seu presidente favorito (EU!), minha família, negócios, o movimento America First, o MAGA e nossa nação como um todo. Tenho ORGULHO de responsabilizar este ‘trapo’ antes respeitado”, escreveu.

O presidente também citou litígios anteriores contra outras organizações de mídia, como a ABC/Disney e a CBS/Paramount, afirmando que eles fizeram acordos por valores recordes após admitirem a disseminação de informações falsas. “O The New York Times foi autorizado a mentir, caluniar e difamar-me livremente por tempo demais, e isso para, AGORA!”, concluiu.
A Resposta do The New York Times
Em resposta, o The New York Times rechaçou veementemente as acusações. Em comunicado, um porta-voz do jornal afirmou que o processo “não tem fundamento” e representa uma “tentativa de amordaçar e desencorajar o jornalismo independente”.
O jornal declarou que não se deixará abater por intimidações, sinalizando a disposição do veículo para defender suas reportagens nos tribunais.
Os Desafios de um Processo por Difamação

Nos Estados Unidos, figuras públicas que processam por difamação enfrentam um desafio jurídico considerável. A Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de imprensa, exige que o autor da ação prove que a publicação foi feita com “malícia real”. Isso significa demonstrar que o veículo sabia que a informação era falsa ou agiu com total descaso pela verdade.
Este caso se desenrola em um cenário de extrema polarização e promete ser um marco na já tensionada relação entre Trump e a imprensa. O resultado pode ter implicações duradouras, não apenas para os envolvidos, mas para o futuro do jornalismo investigativo e da cobertura política no país.
