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Funcionários do TikTok levantaram dúvidas sobre riscos a adolescentes em vídeo divulgado em processo judicial

Nova York – Um vídeo interno do TikTok, tornado público nesta semana por decisão judicial, mostra funcionários atuais e antigos da empresa expressando preocupações sobre o impacto do aplicativo na saúde mental de adolescentes. O material foi incluído como prova em uma ação movida pelo estado da Carolina do Norte contra a plataforma.

As imagens reúnem trechos de videoconferências nas quais colaboradores discutem a forma como o algoritmo pode estimular comportamentos prejudiciais e reforçar padrões de uso compulsivo. Um deles, Nicholas Chng, que atuava na área de detecção de riscos, afirmou: “Incentivamos parte desse conteúdo pela forma como a plataforma foi construída. Às vezes me preocupo com isso.”

Outro depoimento veio de Alexandra Evans, ex-diretora de políticas de segurança pública na Europa. Para ela, o algoritmo prende a atenção dos adolescentes a ponto de competir com atividades básicas: “Eles deixam de dormir, comer ou até olhar alguém nos olhos.”

O vídeo também registra declarações de Brett Peters, atual chefe global de defesa de criadores, reconhecendo que os objetivos da companhia incluem manter os usuários conectados por longos períodos: “Estamos aqui para tornar o TikTok um espaço do qual você nunca queira sair.”

Processo e reação do TikTok

A ação judicial foi iniciada ainda na gestão do ex-procurador-geral Josh Stein, que acusou a plataforma de práticas enganosas ao minimizar os riscos de vício entre menores. O atual procurador-geral, Jeff Jackson, disse que as falas registradas confirmam o que o estado argumenta: “As empresas sabem que crianças estão ficando dependentes e, mesmo assim, escolhem priorizar os lucros em detrimento da saúde.”

O TikTok, por sua vez, classificou a divulgação como “manipulação” e afirmou que os trechos foram retirados de contexto. Em nota, a empresa disse manter “mais de 70 ferramentas e recursos focados em bem-estar e segurança”, como controles parentais, notificações limitadas à noite e, mais recentemente, sessões de meditação guiada para reduzir o tempo de tela.

Impacto jurídico e político

O juiz Adam Conrad, do Tribunal Superior da Carolina do Norte, determinou que tanto a denúncia quanto o vídeo fossem de acesso público, rejeitando o pedido da empresa para manter os materiais em sigilo. Ele avaliou que eventuais constrangimentos pessoais não superam o direito de informação da sociedade.

O caso se soma a outros processos semelhantes movidos por procuradores-gerais de diferentes estados e surge em um momento delicado para o aplicativo: o TikTok está a poucas semanas de enfrentar uma possível proibição nos Estados Unidos, caso não seja vendido pela controladora chinesa ByteDance até 17 de setembro.

Enquanto isso, o debate sobre o impacto das redes sociais na saúde mental de jovens continua ganhando força — e agora com vozes internas da própria empresa reforçando as preocupações.

Zimny Magazine

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