O apresentador Jimmy Kimmel retornou ao ar na noite de terça (23) pela ABC, depois de uma suspensão de uma semana por comentários sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk; Kimmel afirmou que nunca teve intenção “zombar” da morte.
Retorno e defesa
Durante o monólogo de abertura, Kimmel disse: “Vocês entendem que nunca foi minha intenção zombar do assassinato de um jovem. Não acho que haja nada de engraçado nisso”, reconhecendo que sua piada pode ter soado “inoportuna” para alguns e pedindo compreensão sobre a interpretação do público.
Críticas à suspensão e ataque ao governo
Kimmel criticou a decisão inicial da Disney/ABC de tirar o programa do ar, mas agradeceu à empresa por garantir seu retorno e proteger o direito de satirizar o poder. Ele também acusou o presidente Donald Trump de colocar em risco a equipe do programa, afirmando que o líder “quer que eu e as centenas de pessoas que trabalham aqui sejamos demitidos”.
Apesar do retorno, o programa não foi exibido em todo o país: dois grandes grupos proprietários de afiliadas da ABC anunciaram que continuarão a boicotar o talk show, limitando o alcance da transmissão. Relatos de espectadores na plateia também destacaram que Kimmel elogiou a viúva de Kirk por perdoar o assassino, antes de retomar críticas à administração.
A controvérsia em torno de Kimmel evidencia como a pressão política testa os limites da liberdade de expressão e da responsabilidade editorial nas grandes redes de mídia, especialmente em pautas sobre violência
Trump intensifica pressão sobre a ABC
O presidente Donald Trump criticou o retorno de Kimmel no Truth Social, chegando a afirmar que “não consigo acreditar que a ‘ABC’ Fake News tenha dado o emprego de volta ao Jimmy Kimmel” e dizendo que “Da última vez que fui atrás deles, eles me deram US$ 16 milhões”.
Essas declarações, que incluem a sugestão de “ir atrás” da emissora, ampliam a pressão política sobre redes e conglomerados e ilustram como a retórica presidencial pode influenciar decisões editoriais, a segurança de equipes e as negociações entre redes e afiliadas.
O caso deve continuar a ser acompanhado por quem acompanha mídia e política: a disputa pode redefinir limites do humor político nas noites de TV, influenciar negociações entre redes e afiliadas, e acender discussões sobre segurança de equipes e apresentadores.
