À medida que o furacão Erin se aproxima da costa atlântica, cresce a preocupação com as condições perigosas no mar: ondas fortes, mar agitado e correntes de retorno capazes de surpreender até os nadadores mais experientes. A recomendação dos especialistas é clara: evitar entrar na água durante este período. Mas, se alguém for surpreendido por uma corrente, saber como agir pode ser a diferença entre a vida e a morte.
O perigo invisível das correntes
Muitas vezes, banhistas não percebem a força de uma corrente até já estarem em apuros. Foi o que testemunhou Wyatt Werneth, instrutor de salva-vidas e porta-voz da Associação Americana de Salvamento Aquático, em 2017. Ao parar em uma praia da Flórida, viu um grupo de jovens sendo arrastado pelo mar. Com a ajuda inesperada de um militar da Força Aérea, conseguiu resgatar cinco adolescentes — um deles já inconsciente.
O episódio ilustra a gravidade das chamadas correntes de retorno, que não puxam o nadador para o fundo, mas o arrastam para longe da costa, causando pânico e exaustão.
Um risco maior do que tubarões
As estatísticas reforçam o alerta: cerca de 4.000 pessoas morrem afogadas todos os anos nos Estados Unidos, segundo o CDC. No mundo, a OMS estima 300 mil mortes anuais por afogamento — uma média de 822 vidas perdidas por dia. Para comparação, o risco de morrer afogado é muito mais alto do que sofrer ataques de tubarões ou jacarés.
Crianças pequenas, homens jovens e pessoas com epilepsia estão entre os grupos mais vulneráveis. Crianças de 1 a 4 anos concentram as maiores taxas de afogamento, geralmente em piscinas residenciais. Já os homens representam 80% dos cas

Como evitar tragédias
Especialistas indicam algumas medidas essenciais:
- Aprender a nadar e a flutuar: aulas de segurança aquática reduzem o risco, mas crianças devem ser sempre supervisionadas de perto.
- Usar coletes salva-vidas em rios, lagos e embarcações.
- Observar o mar antes de entrar: correntes de retorno podem ser identificadas por trechos mais escuros e aparentemente calmos entre áreas de ondas.
- Nunca lutar contra a corrente: o ideal é nadar paralelamente à praia até sair da corrente ou flutuar para economizar energia.
- Não tentar resgatar sozinho: se não houver treinamento, o mais seguro é acionar salva-vidas ou lançar um objeto flutuante para a vítima.

Além do oceano, rios podem esconder obstáculos perigosos, lagos transmitem falsa sensação de segurança com quedas bruscas inesperadas, e até piscinas exigem cuidados redobrados, com cercas e supervisão constante.
O maior inimigo: o pânico
Segundo Werneth, que já salvou inúmeras vidas, a confiança é tão importante quanto a habilidade. “O medo gera pânico, e o pânico leva ao afogamento”, resume. Durante a passagem do furacão Erin, sua recomendação é categórica: se houver dúvida, não entre na água.
